sábado, 29 de março de 2008

Os dois filhos de Francisca

Faz tempo que não dou o ar da graça. Faz tempo que não passo por aqui. E isso não me faz bem. Pior. Isso me faz mal, muito mal.
O "um gole só" é mais do que um blog pra mim, mais do que um filho. Ele é muito mais do que falar das coisas que aconteceram dentro e fora da minha vida, é mais do que um espaço pra falar do que eu sinto, do que eu penso, do que eu decido, do que eu faço ou do que eu deixo de fazer.
Eu sempre usei a escrita como forma de transformar em algo visível o que não pode ser visto. Mesmo que apenas no papel. É isso que a escrita faz não é? Transforma todas as formas de sentimento possíveis em risco no papel. A revolta, a raiva, a indignação, a saudade, o arrependimento, a dor, a tristeza, a alegria, a perda, o amor. Foi isso o que eu sempre fiz e sempre fiz através da poesia.
Poucos amigos (quase nenhum) sabem que eu tenho algumas poesias escritas. Eu gosto do que eu escrevo. Gosto delas. Gosto das rimas, do que dizem. Da forma que dizem. Gosto da forma que elas se expressam em meu lugar. Mas não gosto que ninguém as leias, elas foram escritas por mim e para mim, mesmo que falem de outras pessoas.
Mas poesia é diferente de um blog. Nelas você precisa usar, além do simples sentir, o pensar. Não pensar de forma aleatória e involuntária, mas de forma lógica, quase matemática. Por que tem que rimar, tem que arrumar, tem que ficar bonitinho, tem que ter sonoridade, tem que ter verso mesmo e isso não é fácil.
Não pensem que eu sou a maior poetiza do universo. Sou nada! Só estou falando do que eu acho a respeito da poesia, só isso. E estou tentado fazer é um paralelo em relação ao blog.
Aqui é diferente, óbvio que é necessário pensar, mas não preciso me preocupar com nada. Apenas em dizer. O português (arranhado) é o meu idioma e é tudo que eu preciso.
Aqui, de frente pra tela do meu computador, é só pensar no que dizer e dizer, assim. Os dedos são obrigados a ser tão velozes como o meu pensamento.
Os dois filhos (meu blog e minhas poesias) têm lugar especial no meu coração, cada um com sua individualidade. Assim como todas as mães do mundo devo dizer que amo os dois da mesma forma mas...(é nesse "mas" que todas as mães se entregam, assim como eu vou me entregar) o blog tem um poder de me desnudar. E mais do que isso é ele quem me ajuda a entender a minha própria vida.
Estranho isso né? Me pego diversas vezes dizendo "Eu disse no meu blog que eu sou..." ou "eu tenho mania de... e até falei isso no meu blog" e é ali, naquele momento que percebo que eu não tinha me dado conta "que eu era ..." ou "eu tinha mania de..." até escrever isso aqui no "um gole só".
A sensação que eu tenho é que ao organizar, sistematizar as milhares de coisas que passam em minha cabeça para escrever aqui de uma forma capaz de me fazer ser entendida por quem aqui parar para tomar "um gole só", eu também consigo me fazer entendida para mim mesma.


Estou em um momento bom em minha vida. E estou achando engraçado como minha vida é mutante (e descobri isso aqui também). Como ela se transforma assim... de um dia pra outro. Num dia é um "sim" pra alguém, no outro esse mesmo alguém te diz um "não". Outro eu estou feliz, imensamente feliz e no outro é uma tristeza que não tem mais fim.
Hoje estou feliz, imensamente feliz. Reconstruindo, minha vida (em muitos sentidos). Reconstruindo de forma diferente "aprendendo com os erros e me orgulhando dos acertos". Que seja diferente. E vai ser. :-)


É isso.

3 comentários:

Vitor Black disse...

Ahhh, tanto o que falar, e tão pouca vontade de escrever...
essa moleza generalizada nínguém merece.

Vitor Black disse...

::EU VI ESTA FRASE NUM CAMINHÃO:

"Se você está se sentindo sozinho, abandonado, achando que ninguém liga para você... atrase um
pagamento."

Hehehehehehe.....!!!

Anônimo disse...

Já falei o que achei do post. Mas vale, sempre vale a pena te ler.beijos