segunda-feira, 31 de março de 2008

Me desconheço

Essa poesia eu escrevi há cerca de dois anos atrás. Gosto muito dela. Foi escrita em um momento intenso da vida (e põe intenso nisso). A verdade é que depois desse momento eu nunca mais fui a mesma. Nunca mais.


Me Desconheço

Me desconheço
Me esqueço
Me viro pelo avesso
Descubro que tudo tem um começo
E que se apaixonar tem seu preço.

No peito não apenas o amor
Não apenas uma dor
Mas também esse calor
Da fornalha da paixão
Queimando o que é lógico
E o que é ilusão

Cegando os olhos
Que dizem que não
Tomando a mente
Inebriando a razão.
Não sei mais o que é certo
O que é sim
E o que é não.

Quem dera
Que meus dias de espera,
Não findassem em mera melancolia
E que a covardia
Que me enche e esvazia
Não fosse um dia
A única companhia
Do meu recomeço

Me Conheço
Me esqueço
Me viro pelo avesso
Descubro que tudo tem um começo
E que se apaixonar tem seu preço.
Me conheço


É isso

sábado, 29 de março de 2008

Os dois filhos de Francisca

Faz tempo que não dou o ar da graça. Faz tempo que não passo por aqui. E isso não me faz bem. Pior. Isso me faz mal, muito mal.
O "um gole só" é mais do que um blog pra mim, mais do que um filho. Ele é muito mais do que falar das coisas que aconteceram dentro e fora da minha vida, é mais do que um espaço pra falar do que eu sinto, do que eu penso, do que eu decido, do que eu faço ou do que eu deixo de fazer.
Eu sempre usei a escrita como forma de transformar em algo visível o que não pode ser visto. Mesmo que apenas no papel. É isso que a escrita faz não é? Transforma todas as formas de sentimento possíveis em risco no papel. A revolta, a raiva, a indignação, a saudade, o arrependimento, a dor, a tristeza, a alegria, a perda, o amor. Foi isso o que eu sempre fiz e sempre fiz através da poesia.
Poucos amigos (quase nenhum) sabem que eu tenho algumas poesias escritas. Eu gosto do que eu escrevo. Gosto delas. Gosto das rimas, do que dizem. Da forma que dizem. Gosto da forma que elas se expressam em meu lugar. Mas não gosto que ninguém as leias, elas foram escritas por mim e para mim, mesmo que falem de outras pessoas.
Mas poesia é diferente de um blog. Nelas você precisa usar, além do simples sentir, o pensar. Não pensar de forma aleatória e involuntária, mas de forma lógica, quase matemática. Por que tem que rimar, tem que arrumar, tem que ficar bonitinho, tem que ter sonoridade, tem que ter verso mesmo e isso não é fácil.
Não pensem que eu sou a maior poetiza do universo. Sou nada! Só estou falando do que eu acho a respeito da poesia, só isso. E estou tentado fazer é um paralelo em relação ao blog.
Aqui é diferente, óbvio que é necessário pensar, mas não preciso me preocupar com nada. Apenas em dizer. O português (arranhado) é o meu idioma e é tudo que eu preciso.
Aqui, de frente pra tela do meu computador, é só pensar no que dizer e dizer, assim. Os dedos são obrigados a ser tão velozes como o meu pensamento.
Os dois filhos (meu blog e minhas poesias) têm lugar especial no meu coração, cada um com sua individualidade. Assim como todas as mães do mundo devo dizer que amo os dois da mesma forma mas...(é nesse "mas" que todas as mães se entregam, assim como eu vou me entregar) o blog tem um poder de me desnudar. E mais do que isso é ele quem me ajuda a entender a minha própria vida.
Estranho isso né? Me pego diversas vezes dizendo "Eu disse no meu blog que eu sou..." ou "eu tenho mania de... e até falei isso no meu blog" e é ali, naquele momento que percebo que eu não tinha me dado conta "que eu era ..." ou "eu tinha mania de..." até escrever isso aqui no "um gole só".
A sensação que eu tenho é que ao organizar, sistematizar as milhares de coisas que passam em minha cabeça para escrever aqui de uma forma capaz de me fazer ser entendida por quem aqui parar para tomar "um gole só", eu também consigo me fazer entendida para mim mesma.


Estou em um momento bom em minha vida. E estou achando engraçado como minha vida é mutante (e descobri isso aqui também). Como ela se transforma assim... de um dia pra outro. Num dia é um "sim" pra alguém, no outro esse mesmo alguém te diz um "não". Outro eu estou feliz, imensamente feliz e no outro é uma tristeza que não tem mais fim.
Hoje estou feliz, imensamente feliz. Reconstruindo, minha vida (em muitos sentidos). Reconstruindo de forma diferente "aprendendo com os erros e me orgulhando dos acertos". Que seja diferente. E vai ser. :-)


É isso.

terça-feira, 25 de março de 2008

sexta-feira, 21 de março de 2008

Cala a boca Nietzsche!

Hoje é Sexta-Feira Santa, ontem foi Quinta Feira Santa. A quarta foi Santa? A terça feira foi santa? E segunda? Ah! foi santa também. Tem que ter sido.
Se é Semana Santa, tem que ser inteira, tem que santificar tudo. Ou então está errado, vamos ter que mudar o nome, vai se chamar Final de Semana Santo.

Por favor, não me entendam mal, não estou blasfemando não. É que eu estou começando levar as palavras muito a sério(mais a sério). As palavras pra mim terão força de lei, o que for dito, tem que ser cumprido. Não só as palavras, mas todos conceitos originados delas. Aqueles conceitos derivados da união de cada uma delas, acrescentados de todos os sinais ortográficos possíveis, vírgulas, pontos, reticências, acentos, aspas, enfim, todos eles.

Segundo Nietzsche a palavra não é mais do que uma representação sonora de uma excitação cerebral, para ele existe um abismo entre o que sentimos e a linguagem e entende a verdade como possuidora de um de caráter social , convencional.
Entenderam? Não? Pode deixar eu explico. Se Clarice me conhece desde pequena, eu conheço Friedrich Nietzsche muito, mas muito antes dele nascer.
O que (meu) Nietzsche quis dizer (quis dizer não, Nietzsche não quer dizer, ele diz) é que as palavras são convenções criadas pela humanidade para representar o que nós vemos, o que nos tocamos, o que nós sentimos, mas elas não são em si o que denominam. Elas não atingem, não alcançam a essência das coisas, elas não são a verdade (entenda-se verdade em seu sentido mais amplo).

Eu concordo com ele, mas com todo respeito que eu tenho ao grande mestre... Dane-se (não ele, mas a teoria). Não quero mais isso pra mim. Vou fingir que não sei disso, melhor, vou fingir que não acredito em nada disso. A partir de hoje a palavra pra mim é a verdade, a verdade absoluta, incontestável. A palavra pra mim vai ter força de lei, e lei suprema, constitucional.

CALA BOCA NIETZSCHE! VOCÊ NÃO SABE DE NADA.

A partir de hoje se alguém me disser "A", eu vou entender "A" e mais nada. Não me interessa o que a pessoa pensa, o que ela sente, o que ela quer dizer de fato e muito menos o que ela quer que eu entenda. É "A"??? Então tá ótimo! É "A".

Sim Magalí... e se alguém disser "B"? Ora bolas!! Não está óbvio? Se disser "B", é "B". Assim como se disser "C", ou "D" ou o alfabeto inteirinho.

A técnica agora vai ser "viver e internalizar" o que eu digo e o que eu ouço [PONTO] e "esquecer e externalizar" o que eu sinto. Por que, me parece, que ilogicamente o mundo espera isso de nós (principalmente de mim). Espera que internalizemos o que não é real, o que é pura e mera convenção (a palavra) e que externemos (pra a lata do lixo de preferência) o que é real, o que existe e o que é sentido (a verdade).

Pra mim está combinado, fiquemos com a palavra e joguemos a verdade fora.

Vai ser assim mesmo e eu não vou mudar. Eu dou a minha palavra. Não. A minha palavra não. Dou a minha verdade.

"CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ." (Jo, 8:32)



É isso.



Ps.: Eu preciso muito mais do que um uno, e queria muito mais do que simplesmente te levar pra dar um rolé.

terça-feira, 18 de março de 2008

domingo, 16 de março de 2008

Solar




"Eu quero o pensar-sentir hoje e não tê-lo apenas tido ontem ou ir tê-lo amanhã.
Tenho certa pressa em sentir tudo. Quero alcançar dentro de mim uma paisagem
assim profundamente embaixo da terra, um lençol d´águas plácidas correndo - e a
alma extasiada que não se controla e estremece em levíssimo orgasmo. A pura
contemplação." Clarice Lispector

Depois desse trecho, fica ainda mais difícil duvidar que ela realmente me conhece desde pequena.


Eu não só quero, como tenho nesse momento vivido o "pensar-sentir hoje" que Clarice se refere e me sinto muito bem com isso. A sensação é exatamente essa de "alma extasiada que não se controla e estremece em levíssimo orgasmo" (nem quero saber de conversar rs).
Se há dentro de mim "uma paisagem assim profundamente embaixo da terra, um lençol d'águas plácidas correndo" eu não sei, mas enquanto ainda não achei no meu interior essa paisagem tão sublime, resolvi tentar encontrá-la fora de mim, e sabia exatamente onde encontrar.


Há algum tempo atrás passei por um momento bastante delicado da minha vida. Num desses dias de momentos de pouco raciocínio e muita confusão mental, espiritual e emocional, estava eu voltando do centro da cidade pra casa, passei em frente à uma placa que dizia "SOLAR DO UNHÃO" involuntariamente entrei. Assim. Simplesmente assim. Seguia em direção a minha casa, vi a placa e entrei.
Desci a ladeira com o carro sem saber exatamente, onde eu estava, para onde eu estava indo, e o que exatamente eu estava indo fazer ali. Me deparei com uma vista privilegiada da Baía de todos os Santos (encantos e axé). Como que numa espécie de transe, estacionei o carro, desci lentamente, sentei em um batente e fiquei ali. Parada, enfeitiçada. Como uma espécie de encanto. Pensei em mim, em minha vida, em tudo. Depois de muitas horas (não me perguntes quantas) entrei novamente no carro e voltei "ao normal".


Aquilo foi mágico de uma forma que até hoje guardo e revivo exatamente a mesma sensação todas as vezes que volto ao Solar do Unhão. Quando entro lá é como se eu estivesse entrando daquela minha primeira vez. E diante da mesma vista de todas as vezes, tenho o mesmo sentimento de descoberta daquela tarde.
Ontem eu fui lá. Delicioso.

É o lugar perfeito pra absolutamente tudo.
Pra pensar (e repensar) a vida, pra pensar em alguém especial, pra tomar decisões, pra colocar a conversa em dia, pra discutir assunto mal resolvidos, pra matar a saudade, pra ouvir música, pra fazer silêncio, pra perceber o quanto vc ama quem está te fazendo companhia ali naquele lugar, naquele momento, e perceber o quanto é feliz por ter alguém assim na sua vida, pra lembrar de novo de alguém especial, e lembrar de novo e de novo e de novo.

O Solar do Unhão é um lugar onde os corações aflitos encontram a paz e os enamorados saem de lá com flores, sinos, perfume, estrelas e sorrisos.
O Solar do Unhão exerce sobre mim uma magia difícil de explicar.


Pra completar a noite encontrei meus dois amorecos (Aline e Gu). Saimos e fizemos o que nós fazemos todas as noites. "Tentar dominar o mundo"???? Não. Comer Mc melt rsrsrs
"Amo muito tudo isso"


É isso.



Ps.: Vocês lembram a foto de um pôr do sol que eu coloquei no primeiro post? Achei no google. A foto lá em cima foi tirada lá, ontem do meu celular, muuuuuuuuuuuito mais lindo. Devo falar novamente desse cartão postal, em breve, afinal existe uma promessa a ser cumprida.
"E se quiser saber pra onde eu vou... Pra onde tenha sol. É pra lá que eu vou."

sexta-feira, 14 de março de 2008

Tô bem, obrigada

Tenho mais de 4 dias sem vir aqui visitar meu filho, sem vir aqui visitar meu povo. Saudade.
Tava conversando com uma amiga ela me perguntou "tá fazendo que na net uma hora dessas?" eu disse "escrevendo no blog, faz um tempão que eu não posto nada" ela bem espantada "Tempão???Gataaaaa!!Domingo" kkkkkkkk.
Viciaaaaaaaaaaada, viciada de carteirinha. Dependente. Do tipo que bába, que tem espasmos, treme o corpo todo, sua frio, se bate pelas paredes. E estou trazendo mais viciados viu? Formaremos, em breve, um grupo, B.A, Blogueiros Anônimos (segundo minha amiga Laís B.A. é Balofos Anônimos..rs)
Ninguém me perguntou, mas só pra constar eu estou muito bem. Muito bem mesmo. Estou leve, aliviada. Sei lá. Difícil de explicar.
Acho que nós passamos por determinadas fases na nossa vida (minha vida é cheia dessas fases) em que é preciso dar uma parada pra pensar. Eu fiz isso e tem dado certo até agora.
O ano de 2008 começou meio estranho pra mim, cheio de altos e baixos, mas me trouxe coisas (e pessoas) maravilhosas. Não. Maravilhosas não. Muito mais do que maravilhosas. O ano de 2008 me trouxe presentes difíceis de serem adjetivados, sabe como é isso? Não consigo encontrar uma palavra que descreva totalmente. Só sei que me fazem bem e que eu quero "por perto" pra vida inteira, seja lá de que forma for, mas por perto.
Minhas noites essa semana têm sido massa! Segunda, quarta, ontem e hoje. Hoje vou fechar bem essa semana, com chave de ouro. Vou pra um lugar que eu simplesmente amo, fazer uma coisa que eu amo, com uma pessoa que eu amo. Existe algo melhor do que isso?
É... tá bom... tudo bem...eu sei que existe algo melhor do que isso. Melhor do que isso só mesmo o que vocês estão pensando que eu estou falando que vou fazer hoje a noite (com a cabeça doentia de vocês...rs), mas não é.
MInha vida tá massa! To gostando. O ruim é ver pessoas sofrerem por sua causa, isso não é bom. Mas uma amiga me ensinou que eu eu tenho que dar uma olhada de 20 min a cada 3h no meu umbigo. é doloroso, mas importante.


É isso

domingo, 9 de março de 2008

Pé de Cachimbo


Hoje é domingo

Pé de cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Chifra a gente
A gente é fraco
Cai no buraco
Buraco é fundo
Acabou o mundo

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Que dia mais sem graça é domingo. Não fui nem pra missa.
Tô com preguiça. Preguiça de escrever, preguiça de postar. Tá dando preguiça até de respirar. Muito esforço esse lance de inspirar O2 e expirar CO2, inspirar O2 e expirar CO2, inspirar O2 e expirar CO2, de inspirar O2 e expirar CO2. Gente cansei!
Acho que vou comprar um equipamento de respiração artificial. É isso mesmo que vou fazer... Aliás deixa pra lá. Vai dar muito trabalho.
Deixa eu ficar aqui nesse esforço repetitivo de inspirar O2 e expirar CO2, inspirar O2 e expirar CO2, inspirar O2 e expirar CO2, de inspirar O2 e expirar CO2...aff Vou acabar adquirindo LER (lesão por esforço repetitivo). Vai ser massa, vou me "encostar"pelo INSS rsrsrs. Eu quero mesmo é que o mar pegue fogo pra comer peixe frito. Quero que o mundo acabe em cadeira pra eu morrer sentada, quero que acabe em barranco pra eu morrer encostada.

Já viram que minha diposição não está das melhores. Mas estou com humor bom! Bom não, ótimo! Nem parece que amanhã é dia de trabalho. Na verdade nem sei pq estou reclamando do pobre domingo. Ruim mesmo é a segunda feira.. Ô!! E COMO.


É isso

sábado, 8 de março de 2008

De volta ao prumo

Muitas vezes, na vida, nos pegamos perdendo a direção. É que estamos caminhando há tanto tempo por uma mesma estrada, conhecemos tanto onde ela vai dar, seus atalhos e transversais, que quando enxergamos os novos caminhos que ela nos oferece ficamos confusos, atônitos.

É como se, de alguma maneira, algo tivesse sido tirado do lugar e a nossa bússola já não conseguisse mais nos indicar o norte, o nosso norte (nem o sul).

Nesse momento vagamos desorientados pelo caminho desconhecido. É nesse momento que seguimos (e simplesmente seguimos), sem saber exatamente por onde e para onde estamos indo ou vamos chegar. Na espera de um dia (quem sabe?) nos encontrarmos novamente, acertarmos o passo e voltar a estrada original.

Quando novos caminhos se abrem diante dos nossos olhos, nem sempre é preciso seguí-lo. Mas se o seguimos é importante chegar até o final, percorrer cada metro, apreciar a paisagem, sentir a brisa no rosto, respirar fundo e encher os pulmões de oxigênio. Isso é viver. Mas aí, de repente (não mais que de repente) tudo fica mais claro, natural, transparente. Como se tudo fosse tomado por uma nitidez gritante, quase que palpável. Estamos de volta ao eixo, estamos de volta ao prumo Respiramos fundo e uma sensação de alívio nos enche o coração. Agora é tudo mais simples, é só continuar. Tranquilos, calmos e seguros (principalmente seguros).

Havia perdido o prumo, mas felizmente encontrei. Estou de volta ao meu blog, de volta ao objetivo pra o qual foi criado (nem eu mesma sei qual foi). As próximas postagens serão mais leves, menos incógnitas, menos virtuais e mais reais.
Queria trazer minha vida para o "um gole só", acabei levando "um gole só" pra mim vida e ele foi muito mais competente em deixar marcas, do que o inverso. ô blog(zinho) mais ousado.

Pra brindar a minha volta, e provar que a filósofa medíocre aqui (que tem o seu valor) está realmente inteira , deixo um trecho de uma grande escritora. Muito mais que uma grande escritora, uma grande mulher que ousava revelar-se em seu escrito (assim como eu) e admitia ser um mistério até para si mesma (assim como eu também rs) . Clarice dizia "Sou tão misteriosa que não me entendo.”

Ninguém melhor, nesse dia Internacional da mulher, do quê a grande Clarice Lispector para dizer - de forma muito melhor do quê eu, óbvio - o que se passa em minha mente e (principalmente) em meu coração.


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“Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como
pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo
matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou
infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço
dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano
— já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente
acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto,
amém.” Clarice Lispector


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Clarice Lispector me conhece desde pequenininha, só pode.
Salve Clarice!


É isso.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Ando mesmo.

"Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar,
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.

Um barco sem porto,
Sem rumo,
Sem vela,
Cavalo sem sela,
Um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino,
Um bandido,
Às vezes me preservo noutras suicido.

Oh sim eu estou tão cansado,
Mas não pra dizer,
Que não acredito mais em você
Eu não preciso de muito dinheiro graças a Deus
Mas vou tomar aquele velho navio,
Aquele velho navio..

Um barco sem porto,
Sem rumo,
Sem vela,
Cavalo sem sela,
Um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino,
Um bandido,
Às vezes me preservo noutras suicido."

"Just like a star across my sky."


É isso

quinta-feira, 6 de março de 2008

Intimidades

Lembram do sofá da Xuxa? Bate bola.
Aprendi que a única vida que pode ser exposta aqui é a minha... então, vamos lá!
Vozinha fina e irritante da Xuxa "Eu vou te fazer uma pergunta e vc fala a primeira coisa que vier em sua cabeça"

Pergunta: Qual o seu maior arrependimento?
Magalí: Blá, blá blá.

Pergunta: O que vc mudaria na sua vida?
Magalí: Bláblá, blá blá blábláblá blá.

Pergunta: O que você realmente espera de mim?
Magalí: Blá! Blá blá blá (blá blá blá), blá blá blá.blá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá - blá bláblá blá bláblá - blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá: "bláblá blá bláblá blá bláblá". Blá bláblá, blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá.
Bláblá blá, bláblá, blá bláblá blá bláblá blá. Bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá bláblá blá blá.

Pergunta: Do que vc tem medo?
Magalí: Blá blá blá.

Pergunta: Largaria tudo por mim?
Magalí: Blá.

Pergunta: Quer continuar como está?
Magalí: BLÁ.

Volta a voz(zinha)fina e irritante da Xuxa "Terminamos aqui mais um Intimidades."


É isso.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Onde der, eu chego


Ontem foi o dia internacional de receber bronca. Eu dou ousadia demais a esse povo, é por isso!

Meu amigo (irmão mais novo, que as vezes age como mais velho) me deu a maior bronca. Falou "brabo". Deu sermão no msn, me disse várias coisas, mais do que coisas, disse muitas verdades. Algumas faziam (e fazem) sentido, outras não; algumas eu queria ouvir (e quero), outras não (absolutamente não). Mas como é meu amigo ele me alerta, me aconselha, me entende, é meu cumplice (mesmo dizendo que não).
Ele me conhece demais, sabe como eu sou, vê e tenta me fazer ver, o que eu não vejo, o futuro. E aí me diz coisas que eu posso até não querer saber, mas preciso. Quando o assunto é o coração ( em todos os tipos de amor) Eu sou impulsiva, sou inconsequente, sou até irresponsável.
Acho que é a minha carência (a mesma que me trouxe até aqui, lembram?.) não é causada por um agente externo. Não é que eu me sinta só (nem no sentido de lugar ermo, nem no sentido de cheios de pessoas ao redor.Me fez lembrar de um post de uma amiga minha que falava de solidão). Estou sempre rodeada de pessoas, e pessoas que me amam e demonstram.
Minha carência é uma coisa insaciável. Como um poço de areia movediça que engole tudo que se aproxima. (insaciável, engole tudo... ficou meio pornográfica essa carência rs). E quanto mais ela é alimentada, mais sente necessidade.

Prometo organizar a minha vida, seguir o caminho (não o certo, pq não gosto de nada certinho), mas o melhor.
Meu amigo me perguntou ontem "vc pretende chegar onde com isso tudo?"
A resposta é a mesma:
Estou seguindo o meu caminho, onde ele der, eu chego.

É isso

domingo, 2 de março de 2008

Respectivamente

Está virando perseguição. Perdi pela segunda vez um post. Aí não. Aí perde a graça.
Pior é ter que ouvir que eu perdi porque eu sou teimosa. Eu nem sou teimosa. Não sou mesmo. Pirracenta eu sou, teimosa não.

Prometi que contava como foi o meu 23º aniversário ontem né? Nem contei. Ainda bem, por que aí me veio a idéia do slide show. Quando comecei a montar, ficava aparecendo os nomes dos arquivo embaixo, nomes bastante interessantes pra legenda de uma foto.. 100_1876, 100_1877 e por aí iam. Resolvi colocar legenda pra cada foto, achei que ficariam sem graça, decidi fazer um texto, a legenda de duas fotos rimaram, mudei tudo e ficou esse jogralzinho aí. Infantil, rídiculo, mas bonitinho.




Na quinta-feira meu dia foi massa! Minha noite melhor ainda. Eu tinha dito que não ia ter festa? Mas, sinceramente, qual o nome que nós damos ao encontro dos amigos mais lindos, mais engraçados, mais divertidos, mais simpáticos e mais gatos do mundo que se reunem ao som de Ivete Sangalo (perfil, diga-se de passagem)?

Não... Por que na minha terra o nome disso é festa. E festa mesmo, com todas as letras "fê é éssi" fes, "tê a tá" F-E-S-T-A! (e das boas viu?)

Teve momento, massa de modelar, momento desenho, momento BBB e muito mais. Só não rolou o momento dica, por que o momento mímica é muito melhor(nem é).

A melhor parte, foi São Pedro. Eu disse a ele que esse ano eu não queria show pirotécnico. Nem adiantou falar, meu amigo Pedro "mandou ver" nos raios. E, como todas as vezes que faz uma homenagem pra mim, chorou. Chorou muito. Inundou a cidade. Pega leve Pedro, pega leve.

No dia 1º teve a "ressaca do aniversário". Gostoso demais. Boa essa sensação de se sentir amada. Chamei muita gente, fiz pressão psicológica (sei fazer como ninguém). Teve gente que foi rapidinho, mas foi; teve gente que brigou com a noiva, mas foi; teve gente que nem queria ir, mas foi; teve quem eu tinha esquecido de falar, mas foi e teve gente que eu tinha certeza que iria e foi.
E ainda teve os que não foram me ligaram cheios de dedos e explicações (eu disse que sabia fazer pressão psicológica). Meus amigos tem medo de mim e é pra ter mesmo. Por que eu cobro, emburro, xingo, fecho a cara, faço bico mesmo. Por que eu amo demais, e quero eles pertinho de mim. Exijo mais dos amigos do que dos amores. Os amigos são pra vida inteira, os amores nem sempre. E se é pra vida toda, tem que ser certinho, tem que aparar as arestas. Mas não é tirar os defeitos não. Amo do jeitinho que são. Com as viturdes e as mazelas mando "embrulhar" e levo pra casa. São meus. Só meus.
Mas minhas cobranças não são gratuitas. Eu cobro muito por oferecer muito.
Acho que amizade é vocação. Eu nasci pra isso. Sou amiga presente. Por meus amigos faço qualquer coisa (e isso não é uma hipérbole) Qualquer coisa mesmo. Sacríficios, compro briga, me entrego, me disponho, me submeto(por meus amores também). É doação inteira.

Obrigada a todo mundo que foi! E quem não foi depois me paga.

Falei de niver, pq ficou devendo. Mas se nesse post fosse falar de outra coisa...vixe não ia prestar!
Minha vida está uma loucura. E o pior que a culpa é minha. Eu e esse meu jeito de amar! Vai entender minha cabeça.

Ps1.: Teria briga mesmo não. Largava tudo por vc. zuuuuuurra. Deu na cara de todas!
Ps2.: Quem dá tempo é relógio. Esquece isso.
Ps3.: O título é do grande filósofo Gustavo Lago... meu filósofo favorito
Ps4.: Adoro os comentários!! Gu, Baby e agora a grande literária Aline Trettin (porra amiga, a história do campo minado foi fogo. Arrepiou papá)

É isso

E foi assim!


É isso.