terça-feira, 24 de junho de 2008

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Viva São João!!

Viva!


São João já tá chegando,
A sanfona tá tocando
A boca salivando
Cheiro de festa no ar.

É tempo de pular fogueira,
De dançar a noite inteira
De fazer muita besteira
Inté o sol raiar.

Painho-Mainha de viagem
Eu mesma comprei passagem
Pagava até hospedagem
Pra solta na "pirambeira" ficar.

Mas vou tá sem meu chamego
Sem meu dengo, sem meu nego
Vou ficar no desespero
Sozinha na capitá.

Mas náo há ser nada
A abandonada namorada
Não fica triste, nem amuada
Vai de um tudo aprontar.

Tem amigos de montão,
Que ela ama de coração
Fizeram até programação
O ano todo estendem a mão
No São João, não iam faltar.

Quando apertar a saudade
É só chamar a "cumadi e o cumpadi"
Amigos, Véa e Sacanagem
Para festa começar.

Vou ver o céu mudar de cor
Amendoim, milho e licor,
Nas ladeiras do pelô
Ei de fazer meu arraiá.



É isso

sábado, 14 de junho de 2008

Tô de dengo!

Não. Não é só dengo. Juro que não é.

Febre dor no corpo, dor de cabeça, corpo mole, tontura ao levantar, dificuldade em andar. O corpo só pede cama.

Esses são os sintomas reais, essa é a forma física que a doença se expressa e é curada com alguns medicamentos. Paracetamol, aspirina e blá blá blá.

Mas a doença não é só física (ao menos a minha não é). A doença em mim é psicológica também, e a doença psicológica tem os seguintes sintomas: Repetir mil vezes, com uma voz beeeeem mole "tô mal", estender a mão pra qualquer um que passa pelo quarto pedindo carinho entre outros artifícios e sabe como curar isso? Simples. Começa com "DEN" e termina com "GO". DENGO

Quando tô doente, quero colo, quero carinho, quero todas as formas de dengo possíveis e impossíveis. Por que não basta ser remédio, tem que ser gelol. Por que não basta ser pai, tem que participar, por que não basta me dar remédio, tem que dengar.

Por que eu sou carente, sou dengosa e gosto da vunerabilidade que a doença provoca. Essa sensação que somos tão sensíveis, tão frágeis. Tão frágeis que precisamos de alguém do lado, fazendo um cafuné, segurando nossa mão, ligando pra saber se estamos melhor, dizendo que vem nos visitar, agindo como se nós fossemos novamente crianças indefesas e a doença um grande "monstro do armário".´

As vezes acho que a doença é só uma desculpa pra que eu possa implorar sem nenhum receio, pelo carinho que necessito por todo o tempo. A dor, a febre são apenas álibes para a súplica de atenção e afeto.

Não vou entrar no mérito da questão. O fato é que eu estou doente, estou mal (com voz beeeem mole) e preciso de dengo. Estando doente ou não.



É isso.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Na veia da nêga.

Hoje eu acordei "Nega marrenta e brava", acordei "Eu sou neguinha".


"Olha a nêga que vem chegando
Ela chega desconcertando
Ela mexe que mexe
Ela é de finesse

Na veia da nêga corre amor
Na veia da nêga corre o som
A veia da nêga é forte
Na veia da nêga corre sangue bom

Essa nêga ela vem cantando
E a vida ela vai levando
Ela samba que samba
Ela sabe que é bamba

A veia da nêga é nagô
Na veia da nêga corre o dom
A veia da nêga é forte
Na veia da nêga corre sangue bom

Quero ver o que é que tem na veia da nêga
Quero saber o que é que tem a veia da nêga
Tem balanço, tem
Alegria também (tem)
Na veia da nêga corre sangue bom do bem

Um brinde ao sangue da nêga que eu bebo e me embriaga
Nêga do sangue de fogo que não apaga
Nêga que chega, que chega, chega chegando, mulher
Se melhorar estraga
Não corre quando o bicho pega
A nêga não se entrega
O vinho da nêga é forte
É o forte da minha adega, melhor pedida
E quando a nêga chega eu sinto um frio na barriga
Faço o que ela obriga, digo o que ela quer que eu diga
Obrigado, nêga, você me castiga, mas me instiga
Me toma feito droga
Fico tonto feito tronco de jangada numa onda onda que joga
A nêga tira onda, dá nó em pingo de chuva
Vai só na boa, me ensaboa, me enxágua e enxuga
Não sei que sangue tem na veia da nêga
Mas essa nêga é morcega
E ainda bem que essa morcega me suga !"

É isso.