quarta-feira, 30 de abril de 2008

Desobedeça


Eu desobedeço.


É isso.

sábado, 26 de abril de 2008

Surpreendente

Sentei imediatamente no computador. Não poderia deixar que as sensações se fossem. Preciso dessa emoção ainda latente, desse sentimento quente, ainda "saído do forno". Quero impregnar as palavras escritas aqui dessa emoção, assim como ainda sinto-me impregnada pelo perfume cada vez que inspiro.
Me sinto completamente extasiada. O coração acelerado, falta de ar. Uma estranha vontade de chorar. Mas não um choro de tristeza, ou dor. A vontade é de chorar uma alegria pura, uma felicidade transcendental que não consegue ser expressa por um sorriso, por mais largo e sincero que ele seja. Uma felicidade que adquire forma paupável, tangível, que explode no peito e transborda, jorrando todo sentimento liquefeito através de lágrimas, pelas "janelas da alma".
Deus nos manda presentes, dádivas, Deus nos manda anjos. A cada dia que passa estou mais certa que anjos não vestem túnica branca, não tocam harpa, nem possuem asas. Eles são tão humanos quanto nós, não vestem apenas branco, mas todas as cores e vermelho às quartas, não tocam harpa, mas cantam lindamente, não têm asas, mas possuem o incrível poder de nos fazer voar com um simples sorriso.
O nosso anjo é feito sobre medida e agraciados, por Deus, com um manual, onde consta a fórmula exata de nos fazer sentir especiais. Especiais mesmo nas situações mais improváveis.
Incrível, incomparável, inesperado, inacreditável, inesquecível.
"Apenas nos deveria surpreender o ainda podermos ser surpreendidos"
Duque La Rochefoucauld


É isso.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Miedo

"Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo en una sombra que el temor no esquiva
El miedo as una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
Medo circulando nas veias ou em rota de colisão
Medo é de deus ou do demo? É ordem ou é confusão?
O medo é medonho
O medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de iludir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo que dá medo do medo que dá
Medo que dá medo do medo que dá."

É isso.

sábado, 19 de abril de 2008

E agora?

Que engraçado, ontem me surpreendi pensando mais uma vez em minha vida.
Me peguei me perguntando "o que eu faço?" Fazia tempo que eu não me perguntava isso. Na verdade, fazia tempo que eu não me perguntava nada. Apenas seguia. Permitindo que os a sucessão dos fatos se desse de forma natural, tranquila e voluntária (ou a sucessão natural, tranquila e voluntária dos fatos permitiram que eu não me perguntasse nada).
Enfim, a verdade é que eu parei tudo, fiquei sozinha (não tinha outra escolha) e me perguntei. "O QUE EU FAÇO?" Querem saber a resposta?
Eu também quero.
Pensei, ponderei, calculei, refleti, analisei e... e... e...E nada.


É isso.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Tudo o que quer de mim

"É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará

Tudo o que quer me dar
É demais, É pesado Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais, Expectativas Desleais

Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais

Tudo o que quer me dar /Everything you want to give me
É demais / It's too much
É pesado / It's heavy
Não há paz / There is no peace
Tudo o que quer de mim / All you want from me
Irreais/ isn't real
Expectativas / Expectations
Desleais

Now we're Falling
Falling, falling into the night
Um bom encontro é de dois"









É isso
Ps.: Meu amigo Blogueiro, disse muitas coisas que eu gostaria ter dito. Passamos por momentos parecidos. Clique AQUI para ler o post dele.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Por isso não provoque


Eu nunca acreditei nessa história de TPM. Sempre achei "coisinha de mulher fresca". Não gosto de rótulos, não gosto dos esteriótipos, nem para os outros, gosto menos ainda deles, quando são pra mim. E "mulher fresca de TPM" seria (e é) um título caricaturado demais para me vestir.

Mas o que fazer quando sem mais nem menos sua mãe te pergunta, depois de uma resposta que você considerou inteiramente cabível para o momento "ESTÁ PERTO DE CHEGAR NÉ?"? E essa pergunta te irrita ainda mais.

O que fazer quando as pessoas mais especiais do mundo, como num passe de mágica, se tornam chatas e irritantes? Ou quando o seu cabelo parece ter declarado guerra e apesar de estar do mesmo jeito de sempre, não está (decididamente não está) do jeito que você quer?

No primeiro mês eu duvidei, eu relutei "TPM não é coisa pra mim". Mas aí, no segundo mês, você briga com um, vc tem vontade de matar outro, você xinga mais um ali, você não acha graça da sua piada preferida, e ouvir a canção que você sempre cantarolou baixinho faz sangrar os ouvidos.

Aí não tem jeito. A solução é assumir, bater no peito e dizer "Eu tenho tpm". Mas sem o "e daí?". Tem que aproveitar os (poucos) momentos de sanidade e avisar. "Desculpa viu? Eu tô meio chata, mas vai passar" Meio???? Meio chata???

Felizmente passa, sempre passa. Felizmente as pessoas me amam demais. Felizmente eu não matei ninguém num surto psicótico(ainda). Felizmente mês que vem tem de novo. Felizmente eu tenho um útero. Felizmente eu nasci mulher.



"Por isso não provoque. É cor de rosa choque."



É isso.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Verdade


Meu último post gerou tantos comentários (virtuais e reais) que achei de bom tom colocar aqui uma explicação. Farei uso do meu direito a tréplica. Afinal não consegui ser clara (sem trocadilho) o suficiente.

É óbvio que existem momentos (e pessoas) que retiram de mim a verdade e apenas a verdade (nada mais que a verdade).

Retiram a minha verdade mais pura, mais sincera e (as vezes) mais cruel. Por mais dura que essa verdade seja, com essas pessoas, em especial, tenho mais do que abertura para falar, tenho a obrigação.

Mas enfim fiquemos com o mestre Drummond.

VERDADE
"A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.
Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia."

Carlos Drummond de Andrade
É isso.


Ps.: Queria colocar outro texto de Drummond aqui, mas achei meio impróprio :-)

domingo, 6 de abril de 2008

"Mentiras sinceras me interessam"

Eu tenho o costume de falar o que as pessoas querem ouvir. Sempre fui assim. Não por maldade, mas por um instinto involuntário, algo automático que quando eu menos espero... ups. Falei.
E isso acontecem tanto na esfera macro, quanto na micro. Desde elogiar uma roupa que eu não achei bonita (não achei mesmo). A ajudar alguém a tomar uma decisão que eu decididamente não tomaria, mas enxergo nos olhos desse alguém a súplica silenciosa por apoio àquele decisão que só ela acredita (só ela e mais ninguém).
Analisando de forma fria, essa postura chega a ser prejudicial. Mas não necessariamente errada(ao menos, a minha consciência não acusa como tal). A verdade é que no íntimo o ser humano não espera, não quer e não está preparado para ouvir, de nós, a verdade (mesmo aqueles de discurso pro-sinceridade).
Nos casos macro e micro que eu citei lá em cima a intenção são distintas, mas no fundo atingem a mesma questão. Vejamos. No caso dos elogios imagine você que alguém abriu o armário e escolheu uma roupa. Vestiu, olhou-se no espelho e disse "ficou bonito, estou pronto(a)". Poxa vida, essa pessoa espera que o mundo repare nela, espera que as pessoas a elogiem e eu o faço. De nada vai adiantar eu dizer a ela "ai, acho que não ficou legal essa camisa listrada verde cana e rosa choque, com essa calça de bolinhas vermelhas e azuis". De que isso vai me adiantar? ABSOLUTAMENTE DE NADA. Eu aprendi com o tempo que nem tudo precisa ser dito .Só vou ferir, magoar e constranger. Ela não vai voltar em casa pra colocar uma calça jeans e uma blusa branca, porque ela acredita naquilo e acredita nela.
No fundo essa minha atitude reflete exatamente o que eu espero das pessoas. Como diria o poeta (de credibilidade moral duvidosa) Cazuza "mentiras sinceras me interessam". Me interessam e interessam muito.
Perguntem-me "Magalí, uma verdade que doa ou uma mentira que agrade?" e eu responderei sem se quer piscar que a segunda tocará sempre mais forte no meu coração.
Isso é fruto de uma série de defeitos, insegurança, necessidade de agradar, medo, enfim muitos outros.
Gostam que me digam que acham que eu devo fazer o que eu realmente quero fazer. Que eu devo comprar aquilo que eu já queria comprar, que eu devo vestir o que queria vestir. Adoram que digam que eu estou mais magra, mesmo quando eu engordei, ou que meu cabelo está bonito, mesmo quando não está.
Tenho que levar isso pra análise, não me parece normal. Mas como diria Caetano "de perto, ninguém é normal".
É isso.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Fazer Amor

Inspirada em um texto de Luís Fernando Veríssimo, postado por um grande amigo, achei pertinente aproveitar a atmosfera de luxúria que paira no ar.
Recebi esse texto por e-mail e resolvi compartilhar.

"Fazer amor é coisa séria demais...

Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo insosso, desses que dão feito fome trivial, nascida da gula descuidada, aplacada sem zelo, sem composturas, sem respeito, atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.

Fazer amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tateando outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa com delicadeza... porque alma tem tessitura de cristal, deve ser tocada nas levezas, apalpada com amaciamentos... até que o corpo descubra cada uma das suas funções.

Quando a descoberta acontece é que o ato de amor começa.

As mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens, a boca vai acordando e retirando gostos, provocando os sabores, bebendo a seiva que jorra das nascentes, escorrendo em dons, é o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.

Fazer amor é Ressurreição.

É nascer de novo: no abraço que aperta sem sufocamentos no beijo que cala a sede gritante, na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.
Vale chorar, vale gemer... vale gritar, porque ai já se chegou ao paraíso, e qualquer som ha de sair melódico e afinado, seja grave, agudo, pianinho... há de ser sempre o acorde faltante quando amantes iniciam o milagre do encontro.
Corpos se ajustaram, almas matizaram...

Fez-se o Êxtase...

É o instante da paz... é a escritura da serenidade !
E os amantes em assunção pisam eternidades."



É isso.