sexta-feira, 21 de março de 2008

Cala a boca Nietzsche!

Hoje é Sexta-Feira Santa, ontem foi Quinta Feira Santa. A quarta foi Santa? A terça feira foi santa? E segunda? Ah! foi santa também. Tem que ter sido.
Se é Semana Santa, tem que ser inteira, tem que santificar tudo. Ou então está errado, vamos ter que mudar o nome, vai se chamar Final de Semana Santo.

Por favor, não me entendam mal, não estou blasfemando não. É que eu estou começando levar as palavras muito a sério(mais a sério). As palavras pra mim terão força de lei, o que for dito, tem que ser cumprido. Não só as palavras, mas todos conceitos originados delas. Aqueles conceitos derivados da união de cada uma delas, acrescentados de todos os sinais ortográficos possíveis, vírgulas, pontos, reticências, acentos, aspas, enfim, todos eles.

Segundo Nietzsche a palavra não é mais do que uma representação sonora de uma excitação cerebral, para ele existe um abismo entre o que sentimos e a linguagem e entende a verdade como possuidora de um de caráter social , convencional.
Entenderam? Não? Pode deixar eu explico. Se Clarice me conhece desde pequena, eu conheço Friedrich Nietzsche muito, mas muito antes dele nascer.
O que (meu) Nietzsche quis dizer (quis dizer não, Nietzsche não quer dizer, ele diz) é que as palavras são convenções criadas pela humanidade para representar o que nós vemos, o que nos tocamos, o que nós sentimos, mas elas não são em si o que denominam. Elas não atingem, não alcançam a essência das coisas, elas não são a verdade (entenda-se verdade em seu sentido mais amplo).

Eu concordo com ele, mas com todo respeito que eu tenho ao grande mestre... Dane-se (não ele, mas a teoria). Não quero mais isso pra mim. Vou fingir que não sei disso, melhor, vou fingir que não acredito em nada disso. A partir de hoje a palavra pra mim é a verdade, a verdade absoluta, incontestável. A palavra pra mim vai ter força de lei, e lei suprema, constitucional.

CALA BOCA NIETZSCHE! VOCÊ NÃO SABE DE NADA.

A partir de hoje se alguém me disser "A", eu vou entender "A" e mais nada. Não me interessa o que a pessoa pensa, o que ela sente, o que ela quer dizer de fato e muito menos o que ela quer que eu entenda. É "A"??? Então tá ótimo! É "A".

Sim Magalí... e se alguém disser "B"? Ora bolas!! Não está óbvio? Se disser "B", é "B". Assim como se disser "C", ou "D" ou o alfabeto inteirinho.

A técnica agora vai ser "viver e internalizar" o que eu digo e o que eu ouço [PONTO] e "esquecer e externalizar" o que eu sinto. Por que, me parece, que ilogicamente o mundo espera isso de nós (principalmente de mim). Espera que internalizemos o que não é real, o que é pura e mera convenção (a palavra) e que externemos (pra a lata do lixo de preferência) o que é real, o que existe e o que é sentido (a verdade).

Pra mim está combinado, fiquemos com a palavra e joguemos a verdade fora.

Vai ser assim mesmo e eu não vou mudar. Eu dou a minha palavra. Não. A minha palavra não. Dou a minha verdade.

"CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ." (Jo, 8:32)



É isso.



Ps.: Eu preciso muito mais do que um uno, e queria muito mais do que simplesmente te levar pra dar um rolé.

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