domingo, 28 de setembro de 2008

Dissimulada, eu?

Olha eu aqui às 01:32h "da madrugada de sábado pra domingo" (como diria Galvão Bueno em dias de Fórmula I).
O corpo tem custado a desacelerar, e isso, não necessariamente é uma queixa. Os dias têm passado mais rápidos, eu tenho andado mais rápido e tenho aprendido a cada dia que a vida não espera por mim (nem por ninguém).
Não perdi a mania (nem a vontade) de fazer planos, de sonhar com o futuro. Isso jamais. Mas tenho entendido (em meio essa correria desenfreada do dia a dia), que o futuro deve ser construído hoje... agora, exatamente agora.
Por isso estou assim, nessa procura louca, nessa correria. Sedenta do futuro, sedenta de ser feliz.
Estive mal humorada esses dias. Não gosto quando estou assim (ou até gosto, não estou certa disso ainda). A verdade é que meu mal humor de certa forma é um meio (não muito social) de purificação. É como se os dias de mal humor representassem um processo de desintoxicação da alma.
São nesses dias que "lavo" os sapos engolidos, as raivas contidas, a risada que saiu, quando o que eu queria era chorar, o abraço que foi dado quando a vontade era bater, a desculpa que não deveria ter sido dada, o favor que não deveria ser feito, o apreço fingido, a educação forçada e todas essas dissimulações impostas pelo convívio social.
Por que todos (uns em maior, outros em menos grau) são obrigados a viver assim.
A filosofia chama esse processo de sofisma, e eu vejo sua raiz nos nossos primeiros anos de vida. Se existem culpados, eu apontaria nossos pais.
Começamos a nos intoxicar desde muito pequenos, quando temos que brincar com o coleginha que não gostamos, mas é filho dos amigos de nossos pais, quando temos que oferecer o lanchinho, mesmo sem querer dar se quer um pedacinho. Quando nos olham e dizem "vai dar um beijo na tia", e "a tia" é aquela velha chata, que nos aperta a bocheca e fala conosco, aos 12 anos, como se nós ainda tivéssemos apenas 3.
Acredito que os que conseguem dizer não a essas pequenas regras da vida em sociedade não serão felizes. Por outro lado, acredito também que os que dizem sim todo tempo, não alcançarão a felicidade também.
Vai ver é por isso que meu mal humor vem, vai ver é por isso que minha TPM vem. Vai ver é por isso. Vêm como uma espécie de recarga (ou descarga). Uma espécie de backup da alma.
Nem sei se o que foi escrito aqui faz sentido, acho que comecei falando de outra coisa, mas enfim... não pretendo reler (quase nunca o faço). É madrugada e o corpo já começa a dar os primeiros sinais de desaceleração, vou aproveitar esse momento tão raro esse dias.

É isso.

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