terça-feira, 12 de maio de 2009

Espelho

A vida é mesmo uma grande ironia... Uma grande peça que Deus nos prega.

Sempre ouvimos aquela velha história, que as pessoas não são quem pensamos, que nós podemos nos surpreender a qualquer momento ao descobrir coisas sobre elas ou que de uma hora pra outra, quem mais amamos agem de um forma que nunca poderíamos imaginar.
Pois é...

Depois de tantos anos tendo certeza que conhecia uma pessoa, alguém que eu amo muito, do jeito que é, com seus defeitos e qualidades, com suas limitações e superações, vivendo na certeza de saber quem ela era, como agiria, como reagiria. Depois de achar que a conhecia como a palma da minha mão, depois de achar que nenhuma atitude me surpreenderia e que nenhuma informação sobre ela seria nova ou inesperada. Só agora, depois de tantas certezas (e a confortável segurança que as certezas nos concede), descobri que nada sei sobre ela. E isso me deu medo.


Hoje, eu espero dessa pessoa absolutamente tudo (ou prefiro tentar não esperar nada). Conheço seus valores e príncipios e acredito que no limites desses ela é capaz de coisas inesperadas (ao menos por mim).

Surpreendente. Acho que essa é a palavra certa.

Ela tem se mostrado pra mim tão supreendente que a linearidade apresentada por tanto é apenas uma vaga lembrança do que ela foi pra mim.

Descobri que ela tem uma incrível força e coragem. A inquietação do tolos e dos vitoriosos. A vontade de "mover-se" sempre, basta querer (ou não querer algo).
Tem certeza que não basta sonhar, por isso mesmo, sonha alto e corre (nunca atrás) para tornar realidade. E incrivelmente, ela é assim em todos os âmbitos de sua vida. Se ama, ama muito e se lança e tenta e vai. Se trabalha, trabalha muito e pensa alto e e tenta e vai, se vive, vive muito e arregaça as mangas e tenta e vai.
Tenho orgulho e muito medo dela. Não sei do que ela capaz, não sei onde ela pode chegar, nem mesmo se vai chegar. Mas sei que ela vai.
Uma grande amiga e mestra me mostrou um texto que só, depois de horas, à noite, deitada na cama, eu me dei conta o quanto mostrava o que essa pessoa sentia e de certa forma, me culpei por durante todo esse tempo não ter me dado conta disso.

Eduardo Giannetti, citação do livro "Auto-Engano":
"Sonhar e acreditar
no sonho são o sal da vida.
Não há nada de errado, em princípio, em apostar
alto na vida privada ou na vida pública, correr o risco no amor, na política, na
arte, nos negócios ou no que for o caso.
O comportamento exploratório, ousar o novo, tentar o não tentado, pensar o
impensável, é a fonte de toda a mudança, de todo o avanço e da ambição
individual e coletiva de viver melhor.
Viver na retranca, sem esperança e
sem aventura, não leva ao desastre é verdade, mas também não leva a nada.
Pior: leva ao nada da resignação amarga que é a morte em vida – o niilismo
entediado, inerte e absurdo do ‘cadáver adiado que procria’".

De fato, ao ler Eduardo Giannetti, percebo que essa pessoa tem razão "Viver na retranca, sem esperança e sem aventura, não leva ao desastre é verdade, mas também não leva a nada."
Ao acordar hoje a primeira coisa que me veio a cabeça foi a sensação maravilhosa de entender e conhecer um pouco mais esse alguém. Sai da cama, tomei um banho, escovei os dentes.

Diante do espelho sorri. Do outro lado do espelho, a pessoa, até a noite anterior tão indefinível, retribuiu o meu sorriso como quem enfim havia sido compreendida.
Desejo sorte a ela. A nós duas.

É isso.

4 comentários:

A. Cirne disse...

Minha querida Magali, nem sei o que dizer. Fui tomada de surpresa pela sua explosão poética e força. Parabéns por escrever tão bem.
E Obrigada pela sua estima!

Iana disse...

Rapaz, esse seu espelho é massa, me empresta?! rsrsrs
Não é porque eu te amo, mas eu sou sua fã!
Saudades, gata!
3 coisas...

Mistu-quente disse...

LIndo maga adorei

Iana disse...

Amiga, seu espelho é massa, me empresta???
E nem é porque te amo que sou sua fã!
3 coisas pra vc...

Iana