terça-feira, 13 de janeiro de 2009

De quem é a culpa?

É minha.... claro que é minha.

Depois de um tempo você aprende a não culpar mais ninguém. Aprende a identificar seus próprios erros, seus próprios acertos também. E aprende o que eu julgo ser o mais importante... Aprende a assumir ambos.

Estou nessa fase. Segurando bem firme nas mãos, o cálice da culpa e provando do seu gosto amargo.
Nada de resmungar, nada de me fazer de vítima das situações que eu criei, ou permiti que fossem criadas, nada disso. A minha vida, como o próprio pronome remete, é minha e só minha e eu tenho que segurar rédeas dela, firme ou não, mas segurá-las.
Isso deve fazer parte do meu (eterno) processo de amadurecimento, talvez a parte mais difícil deste, tão difícil quanto essencial.
Chega de apontar A, B ou C pelo que deu errado. Chega de parabenizar sicrano, fulano ou beltrano pelo que deu certo. Se é a minha vida foi eu, é meu, sou eu. E não há o que discutir.
Incrível como sempre procuramos uma forma de proteção. Antes eu acreditava que responsabilizar o outro traria mais segurança, seria mais cômodo, hoje eu vejo que, apesar de menos covarde, assumir a responsabilidade de tudo me ajuda a remoer menos, a resmungar menos.
Quando somos apenas o agente passivo (como chamamos a vítima, em Direito Penal), podemos e tendemos a ficar, apontando culpados, chorando a nossa dor, sofrendo. É como se, quanto maior o nosso sofrimento, maior a responsabilidade do outro. Então precisamos sofrer mais para o responsável sofrer equivalentemente mais. É o incessante necessidade de despertar, no outro, o remorso.
Mas nesse caso, quando além de vítimas, assumimos também o papel de agente ativo - de algóz - passa a ser contraditório, paradoxo agir assim.
Nesse caso não há mais sentido algum em sofrer. Por que sofrer mais, significa sofrer mais e só isso.
Acabou a diversão de atingir o outro, simplesmente por que, não há mais outro... sou apenas eu.
Eu, agente passivo e agente ativo; vítima e algóz; bandido e ladrão; Flora e Donatela (não podia perder a piada).
Eu. Réu confessa da minha própria queixa. Culpada.

É isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Absolvida.

Anônimo disse...

realmente, é muito melhor assumir... Melhor assumir msm é qdo a culpa é realmente sua. Se não, não adianta se jogar na fogueira por alguém que não merece.